Demeter



Ela caminhava na terra ainda úmida pela chuva que cessou áquela hora, suas vestes quase transparentes através da luz branca de um céu noturno, planava na brisa fria contra a terra morna pelo sol que se foi, transpirava brumas azuladas contra o escuro absoluto em contraste com seu brilho ser.

Meu rosto, não vejo mais, ele não existe....

Meu rosto não reflete mais....

Não tenho mais o tempo, a areia!

Não há outros, não há ninguém, não há nada mais além de minhas mãos, meus pés, eles eu consigo ver, inútilmente! Não posso tocar em nada...!!

Não sinto a terra sob os pés...

Sou uma Deidade perdida, sou uma sombra a lamentar, isso é a Agonia ou um Êxtase?

Acolhida necessária, mas agora a pairar como uma respiração segura...

Caminha ainda... como sempre caminhava, agora em êxtase, toquei so seu rosto...

Toquei o seu rosto....

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