Libélula






"Tantos olhares
Em detalhes
tão relevantes
para apenas viver
Do que antes
Construíste crer..."




Magdalenas dissera tão incompreensíveis versos
Enquanto seu olhar vazio contemplava o destino.
O provável desenbarque da balsa que caronte contuzia, e aquela vontade
de não ser mais Magdalenas, subtraía-se.
Enquanto exercitava ir embora para casa.
Apenas em seu delírio, enquanto se afogava no seu horror.
Construía em sua pele um não sentir.
Em seus olhos um não ver.
Em sua boca um não falar.
Esforçava-se em não ouvir, mas era inevitável não lembrar,
enquanto naquele deserto de areias vermelhas
acendia uma fogueira que antes aquecera dois.
Seus movimentos eram quase mecânicos
quando erguia sua mão esquerda em garra
e tentava segurar outra mão inexistente que apenas em seu olhar pairava.
Magdalenas desembarcou no mês de dezembro do final dos três anos que se passou
Onde ainda naufragada no existir
Continuava a insistir ..
Vivendo.

Comentários

Postagens mais visitadas