Não Palavra

Olhares imutáveis transitam
na reconhecível estrada da isolada escolha
enquanto ainda não entendo
enquanto não palavra.
Todos os dias, teus passos,
acostumada da imagem
Sem que devolvas o mesmo olhar
Apenas passos.
Enquanto fatos
transitam nos olhares, a não palavra.
Fechada em articular
então resta a imagem, calada
e os pés irraizados ao chão
Agora não há eco
é um som abafado
da sua respiração.
Seu olhar não me toca
Pois o tempo tirou-me o brilho
Não é preciso palavras
não é não.
E olhares se pinduram no chão
porque não têm onde cair.
Apenas vão
com seus passos
Mas ainda são os mesmos,
sempre serão,
com os mesmos sentimentos de anos atrás.
Isso é imutável, incondicional.
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